Projeto coordenado pelo prof. Marcio Tavares d'Amaral e vinculado ao IDEA - Programa de Estudos Avançados/ECO-UFRJ

Marcio Tavares d´Amaral estreia como colunista do GLOBO

Professor vai discutir os impactos da globalização na vida de cada um de nós
por O GLOBO (01/05/2015)

* Leia no site dO Globo ou abaixo.

RIO — Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, bacharel em Direito e Ciências Sociais, mestre em Comunicação e doutor em Letras, com pós-doutorado em Filosofia na Sorbonne, Marcio Tavares d’Amaral dá aulas há mais de 40 anos na Escola de Comunicação da UFRJ. E sente-se tão à vontade como professor que jura que há de morrer ali, quando for bem velhinho, falando de filosofia a seus alunos da graduação ou da pós. Autor de 22 livros, ele prepara-se para lançar o 23º este mês: um ambicioso projeto batizado de “Os assassinos do sol — Uma história dos paradigmas filosóficos”, que percorre 26 séculos e deve chegar a oito volumes, pela Editora UFRJ. Pois entre a sala de aula e a produção literária, Amaral abraça uma nova aventura a partir de amanhã. Aos 68 anos, o professor-autor estreia como colunista de Cultura do GLOBO, sempre aos sábados, no lugar que era ocupado por José Miguel Wisnik.

— Agora talvez seja uma boa hora para falar com um público mais amplo — ele diz. — Mas não se preocupem. A coluna estará mais para “Diálogos de Platão” do que para “Tratados de Aristóteles” — brinca o autor de “Comunicação e diferença: uma filosofia de guerra para uso dos homens comuns” e “O homem sem fundamentos”.

Os assuntos, ele promete, virão do dia a dia de todos:

— Eu me interesso por falar do ambiente em que estamos vivendo. O que o processo de globalização pelo qual passamos hoje faz com o mundo e com a vida da gente? Não é o primeiro, claro. Já houve uma globalização pela guerra, com Alexandre, o Grande; houve uma globalização pelo comércio, com o Império Britânico, entre outras. Agora, há essa globalização pelo consumo e pela financeirização do mundo. E isso tem impacto em tudo o que a gente pensa e vivencia. Veja as relações amorosas, por exemplo. Até a ideia de “ficar” com alguém é uma ideia de consumo, diferente do namoro.

“DEPENDENDO DO ENFOQUE, CABE TUDO”

Da cultura à política, passando pela economia, Marcio Tavares d’Amaral garante que não haverá tabu ou assunto proibido na página 2, onde ele estreia um dia depois da cantora Zélia Duncan, outra nova colunista do caderno.

— Tudo depende do tratamento que se dá ao tema. Dependendo do enfoque que se dá, cabe tudo — ele explica. — Na coluna de amanhã, por exemplo, pretendo refletir sobre o fato de 4 bilhões de pessoas estarem fora do mundo e da História. A partir daí, outros temas surgirão.

Filho de um tenor com uma soprano (amadores), o novo colunista do GLOBO também é um grande apaixonado por música, e jura que foi parar na academia “por acaso”. Meio brincando, meio a sério, ele diz que deveria ser cantor na noite.

— Gosto de cantar com os amigos. Adoro música. Pop, rock, MPB e sobretudo música clássica. Sou apaixonado por música clássica — diz o professor, torcedor do Flamengo, casado com uma morena chamada Teresa (Costa d’Amaral, com quem atua intensamente no Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência), e pai de Catarina.